Análise semanal pelo Kaiser. Contém spoilers.
Undead Girl Murder Farce é uma obra sobre o sobrenatural, sobre um matador de demónios e uma cabeça falante. O diretor é o incrível Mamoru Hatakeyama.
O primeiro episódio começa logo por nos mostrar e ambientar com o mundo que nos rodeia, fazendo referência a uma era Meiji um pouco diferente da que conhecemos, onde seres sobrenaturais como yokais, ayakashis, vampiros, existem.

O nosso protagonista, Tsugaru Shinuchi é então nos introduzido como sendo alguém que vive para matar todo este tipo de seres, tendo ganho uma alcunha a esse nível: “Matador de Onis” (leia-se, matador de demónios).
Esta parte inicial serve então apenas mesmo para isto, para contextualizar o que ele faz no dia-a-dia, bem como mostrar-nos um pouco da sua personalidade.

É nos brevemente revelado também que ele passou por algum tipo de experimento/tortura, não dando já para saber se isso o fez tornar ainda mais monstro do que provavelmente já era, uma vez que é mencionado que ele seria então metade “oni”, metade humano, embora a sua parte humana esteja cada vez mais a ser “domada” pelo seu outro lado.

Após estes minutos mais introdutórios, conhecemos mais duas personagens que tornam a dinâmica mais interessante: Shizuku Hasei, uma empregada e Aya Rindou, uma cabeça falante.
Tsugaru andava a ser vigiado por elas, e após um breve confronto (que foi muito interessante de um ponto de vista de storyboard de ação), eles começam a dialogar sobre vários assuntos, sendo um deles então a questão dos dois lados do nosso protagonista.
Aya, propõe então que se o nosso protagonista realizar o desejo dela, esta consegue lhe ajudar a aumentar a sua esperança de vida, esperança essa que diminui a cada vez que ele usa os poderes de demónio.
Esse desejo é nada mais, nada menos que: “Quero que me mate”.

Os “onis” tem o poder de parar as habilidades super regenerativas de seres imortais como a Aya, mas o facto de ela ter conseguido sobreviver, revela-nos que quem o fez é igual ao protagonista, apenas metade “oni”.
Temos também uma breve passagem onde nos revela que quem separou o corpo da Aya em dois pode ter sido o mesmo que torturou o nosso protagonista, o que claramente será um ponto em comum.

A parte final é incrivelmente bem dirigida (como todo o episódio). O uso desta luz spotlight no Tsugaru, além de dar toda uma sensação mais cinemática, serve para nos visualizadores vermos que, ele sabendo que vai morrer, tem vivido o que resta da sua vida se divertindo e que isso tem sido no fundo o foco do seu ser nestes últimos tempos.
Ele mesmo diz: “Isso livraria o mundo de parte do seu lixo e seria um excelente show para assistir”.

Para finalizar, o nosso protagonista propõe à Aya para ambos irem para a Europa atrás do inimigo em comum, em vez de ele simplesmente ficar encarregue de a matar em troca de ver a sua vida prolongada. Ela aparenta estar meia relutante sobre o assunto, mas acaba por “ir na onda” do Tsugaru.
No final, como parte do acordo, Aya diz que qualquer parte do seu corpo ao ser ingerida, fornece proteção para a parte humana do protagonista, uma vez que as suas células são bastantes resistentes, fazendo então com que a parte “oni” demore muito mais a assumir.
Eles optam então por um beijo, havendo troca de saliva, uma vez que do ponto de vista do Tsugaru seria o mais aceitável.

E chega então ao fim este primeiro episódio.
Claramente a história ainda tem várias aspetos que precisa de estabelecer, precisa mostrar para o que veio, bem como a necessidade de saber se será bem desenvolvida, se será instigante, e se no fundo conseguirá se manter bem escrita, sem recorrer aos típicos clichês do género.
A parte mais interessante foi sem dúvida a maestria do diretor, Mamoru Hatakeyama, elevando imenso todas as cenas e conseguindo despertar em mim o interesse para continuar.

E vocês, o que acharam desta estreia? Digam nos comentários!