My Happy Marriage – Episódio 1

Análise semanal pelo Dav. Contém spoilers.

Happy Marriage, um anime produzido pelo estúdio Kinema Citrus, é uma adaptação de uma Light Novel escrita por Akumi Agitogi.

Nesta história acompanhamos Miyo Saimori, uma jovem nascida de um casamento arranjado, que após a morte da sua mãe e com o novo casamento do seu pai, foi reduzida a uma mera empregada.

Após este novo casamento e com o nascer da sua irmã mais nova, Kaya, os abusos que a mesma sofria foram apenas aumentando, levando a que, com o passar dos anos, Miyo se fechasse de forma a esconder os seus sentimentos e ser capaz de obedecer a qualquer ordem que lhe fosse dada. Esta situação levou naturalmente a que a mesma se esquecesse do que era ser feliz e a perder completamente a esperança.

Neste primeiro episódio, somos levados para uma fase importante para a família, a hora do casamento das filhas da família, embora só fosse expectável que Kaya se casasse, tendo em conta que Miyo teria sido relegada para uma mera empregada.

Durante uma reunião de família entre os líderes das famílias Saimori e Tatsuishi, conhecemos Kōji Tatsuishi, filho do lider da familia Tatsuichi, que acompanhara o pai apenas como um pretexto para ver Miyo, sendo este, uma das poucas pessoas que tratava bem Miyo e que desejava que a mesma fosse feliz.

Kōji Tatsuishi

Após esta reunião, Miyo é informada que deve estar presente em 2 dias, pois iria acontecer algo importante e nisto é nos revelado que Miyo nunca saia de casa, quase como se tivesse enclausurada nela.

Com isto, e após mais alguns abusos por parte da sua irmã mais nova Kaya, chega o importante dia para o futuro da família. Nele é nos revelado que Kōji, o rapaz que faria tudo para que Miyo fosse feliz, iria casar com a sua irmã, e que a mesma se iria casar com Kiyoka Kudo, um homem conhecido por ter tido inúmeras esposas e que teria até à manhã seguinte para arrumar os seus pertences pois iria morar com a família de Kudo.

Em baixo de enorme desanimo por parte de Kōji, descobrimos que este tentou influenciar a decisão do seu pai, com o intuito de ajudar Miyo a ser feliz.

Após o término da reunião, Kōji segue Miyo, que se encontrava ao pé da cerejeira que a sua mãe tanto amava, com o intuito de se desculpar por ter sido covarde, mas a protagonista diz-lhe que não o deve fazer e que não guarda rancores por isso, e no momento em que Kōji se prepara para revelar que amava Miyo, Kaya aparece o que lhe impossibilita de o dizer.

Com isto, Kōji perdera a sua última oportunidade de mudar a situação, muito por culpa da sua covardia.  De seguida, enquanto se preparava para partir, é nos revelado que todas as esposas do futuro esposo de Miyo tinham fugido, e que a mesma quase não tinha pertences pois, tudo o que a mãe lhe tinha deixado, tinha sido deitado fora, sobrando apenas o kimono (veste japonesa) que costumava vestir e um pente.

Na manhã seguinte, Miyo parte, envolta em alguma triste pois perdera as poucas boas lembranças e aquilo a que podia chamar lar.

Nisto, durante a sua viagem até à casa de Kiyoka Kudo, podemos acompanhar as poucas recordações que Miyo tinha daquela casa, acompanhada por uma linda soundtrack que transmite perfeitamente o estado emocional de Miyo.

É triste acompanhar as recordações de Miyo, pois, de uma criança tão composta e feliz, se torna uma pessoa tão magra e triste, sem um pingo de valorização pessoal, vítima dos constantes abusos que sofreu após a morte da sua mãe.

O episódio termina com a protagonista a chegar a casa da família Kudo, onde conhece Yurie, criada da família e o seu futuro esposo, Kiyoka Kudo.

Importante valorizar a direção de Takehiro Kubota, também responsável pelo storyboard deste episódio, tudo feito com a máxima perfeição. A cena inicial, usando algo idêntico a um sonho, representa bem as fases da vida de Miyo, e como se foi tornando cada vez mais vazia. Uma cena perfeita, difícil de descrever apenas com palavras.

A cena tem simbolismos incríveis, a cerejeira, que no Japão tem diversos simbolismos, sendo um deles os tempos de renovação, otimismo e até a própria vida, a arder representa muito daquilo que é a Miyo, uma pessoa completamente sem esperanças e que apenas deseja ter um lar e uma vida tranquila. A própria casa a arder simboliza essa necessidade de se reinventar, de procurar algo mais, a sua felicidade que é visível através do seu olho, o homem responsável por lhe trazer essa felicidade

De valorizar também os backgrounds, a composição e a direção de arte, que foram capazes de nos trazer belíssimas cenas e backgrounds durante o episódio todo. A soundtrack também é de um nivel bastante alto e no final ainda tivemos um gostinho da música da opening, que é linda.

Curiosamente, foi contratada uma estilista e designer responsável pelo belíssimo design dos Kimonos, HALKA.

Concluída esta análise, voltarei na próxima semana para falar do episódio 2, com uma boa expetativa pela qualidade de excelência apresentada neste primeiro episódio e esperando que Miyo consiga encontrar a felicidade que tanto merece.